quinta-feira, 25 de julho de 2013

QUEM SÃO OS CRIMINOSOS?



Se fôssemos armazenar os meliantes de Natal, poderíamos instalá-los no estádio Juvenal Lamartine, com todo beneplácito governamental. Alguns separariam uma ala para os de colarinho branco, assunto polêmico. E se pudéssemos sintetizar, faríamos uma cirurgia nos sistemas penitenciários e jurídicos e chegaríamos a algumas conclusões: 1)Há uma cifra negra da criminalidade. Nem todos crimes chegam ao conhecimento público ou ao término do inquérito ou mesmo julgados. 2)O das elites são crimes encobertos em torno de 70%, a não ser quando há “fogo amigo” e interesses políticos. A maioria dos processos se perdem no meio da travessia. 3) Se pudéssemos sintetizar diríamos: crimes não relatados a Polícia, relatados, mas não registrados, investigados ,mas que não geram inquéritos, crimes bárbaros terminados em absolvição, fianças em liberdade e crimes condenados e julgados, embora o criminoso não os cumpra ou os faça com ampla liberdade. Assim entendido, as estatísticas oficiais não batem com as cifras reais das ruas.



Lembro-me dos “Homens de Ouro” do governo Lacerda, Guanabara, onde desde o Mariscot, até os demais foram envolvidos c/o tráfico de drogas. Os jornais escancaram policiais, criminosos, elementos do judiciários, em muitos casos envolvidos na banda podre :tráfico de influência de dinheiro e códigos secretos. Há quem diga que  polícia e os políticos controlam uma porção do judiciário, como troca de favores. Será? – Entendemos, nós psiquiatras que ao lado da genética, a cultura estabelece uma parte boa e outra má em nós. Vemos os impulsos agressivo destrutivos presentes em todos indivíduos, podendo serem canalizados para qualquer lado, em acordo com as circunstâncias sociais. É desta forma que poderemos compreender o policial em péssimas condições- alguns deles- serem envolvidos por propinas, crimes, quando deveriam não reprimir o proletariado. Funciona na agressão policial, o lado sádico.



Quando estivemos estudando a antiga Colônia Penal João Chaves, ao tempo de Cabeça Lascada, Boi Gordo, Joca de Cininha, recebemos uma alerta que estávamos desvendando códigos de linguagem( Ex:”black”, “Dormir de Baiano”,etc).além de códigos de conduta, onde se envolviam do Comandante até a Assistente Social. Tivemos de sair, “pois estávamos sabendo demais’. Como em “Papillon” o regenerado na penitenciária, não o é para a sociedade, também com sua banda apodrecida. Somos todos criminosos?- Pois a penitenciária é “fotoshopp” da hipocrisia social, da divisão de classes e do mito da neutralidade jurídica.

mauriltonmorais@uol.com.br

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