sábado, 11 de maio de 2013

A COMERCIALIZAÇÃO DO CORPO







Não é novidade que o Homem sempre buscou a demonstração de força e beleza variando de épocas a épocas. No primitivo a força significava poder. Na simetria da beleza grega do corpo era vista como virtude. Na Idade Média o corpo estava vinculado a terra, na produção agrícola para o Sr. Feudal, mesmo a Igreja católica vendo-o como empecilho ao crescimento da alma. Na Renascença, o corpo era o ícone da beleza das artes, mas também objeto de estudo científico para estudos visando a saúde. Porém com as transformações da Sociedade Burguesa o corpo e a sua beleza foram sendo regulados pelas relações de mercado. Quem mais se sobressaiu neste estudo de tal transformação foi a Escola de Franckfurt, com a alcunha de Indústria Cultural em substituição a Psicologia das Massas. Passou o corpo, a ser regulado pelas leis do mercado capitalista.



A mídia, para Adorno, valoriza somente os corpos e a beleza que se encaixem em determinado modelo de consumo. Daí o aparecimento de academias, produtos de beleza, espaços fechados para exercícios, desprezando a natureza, a qual o próprio Homem destrói. Nossos avós privilegiavam a natureza, andando léguas a pé ou em lombo de cavalos, junto ao cheiro da terra. Guatari em 1992,  respeito da publicidade de consumo e das máquinas diz:” As máquinas tecnológicas de informação e comunicação operam no núcleo da subjetividade  humana, não apenas no seio de suas memórias, sua inteligência, mas também de sua sensibilidade, dos  seus afetos, de seus fantasmas inconscientes”. Bem mais fácil, o indivíduo pós moderno pensa que é o ator, mas não passa de um manipulado dos estereótipos da publicidade e do consumo. É um objeto de comércio. Não um Ser Consciente. E as academias , os cabelereiros, etc, transformam-se não só na prática física, mas na venda de cosméticos, produtos de beleza, tonificantes.



A obsessão narcísica pelo aumento de massa corporal, o estereótipo do corpo perfeito, a malhação do corpo “sarado” apresenta-se em nossos consultórios como “Distúrbios dismórficos do Corpo”, quando, por exemplo, há um aumento de cirurgias plásticas no mesmo nariz ou a insatisfação permanente com o seu próprio corpo. Como dizia Lênin: “O que Fazer?”.


mauriltonmorais@uol.com.br

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