Não é novidade que o Homem sempre buscou a demonstração de
força e beleza variando de épocas a épocas. No primitivo a força significava
poder. Na simetria da beleza grega do corpo era vista como virtude. Na Idade
Média o corpo estava vinculado a terra, na produção agrícola para o Sr. Feudal,
mesmo a Igreja católica vendo-o como empecilho ao crescimento da alma. Na
Renascença, o corpo era o ícone da beleza das artes, mas também objeto de
estudo científico para estudos visando a saúde. Porém com as transformações da
Sociedade Burguesa o corpo e a sua beleza foram sendo regulados pelas relações
de mercado. Quem mais se sobressaiu neste estudo de tal transformação foi a
Escola de Franckfurt, com a alcunha de Indústria Cultural em substituição a
Psicologia das Massas. Passou o corpo, a ser regulado pelas leis do mercado
capitalista.
A mídia, para Adorno, valoriza somente os corpos e a beleza
que se encaixem em determinado modelo de consumo. Daí o aparecimento de
academias, produtos de beleza, espaços fechados para exercícios, desprezando a natureza,
a qual o próprio Homem destrói. Nossos avós privilegiavam a natureza, andando
léguas a pé ou em lombo de cavalos, junto ao cheiro da terra. Guatari em
1992, respeito da publicidade de consumo
e das máquinas diz:” As máquinas tecnológicas de informação e comunicação
operam no núcleo da subjetividade
humana, não apenas no seio de suas memórias, sua inteligência, mas
também de sua sensibilidade, dos seus
afetos, de seus fantasmas inconscientes”. Bem mais fácil, o indivíduo pós
moderno pensa que é o ator, mas não passa de um manipulado dos estereótipos da
publicidade e do consumo. É um objeto de comércio. Não um Ser Consciente. E as
academias , os cabelereiros, etc, transformam-se não só na prática física, mas
na venda de cosméticos, produtos de beleza, tonificantes.
A obsessão narcísica pelo aumento de massa corporal, o
estereótipo do corpo perfeito, a malhação do corpo “sarado” apresenta-se em
nossos consultórios como “Distúrbios dismórficos do Corpo”, quando, por
exemplo, há um aumento de cirurgias plásticas no mesmo nariz ou a insatisfação
permanente com o seu próprio corpo. Como dizia Lênin: “O que Fazer?”.
mauriltonmorais@uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário