Assim como a infidelidade, o amor
não é o mesmo em todos séculos, épocas nem em todos povos. Nos gregos, na Idade
média, na burguesia, nos ianomanes, nem nos norte americanos ou mesmo nos tempos pós modernos. Qualquer uma das
formas de amor podem fazê-lo deixar de ser um sentimento que busque o bem estar
do outro para ceder, com o convívio, tornando-se intolerante e posteriormente num
dilema maior: o ódio. O amor perde terreno para o ódio quando é dono da
verdade. O ódio surge quando se perde a noção que a vida é um eterno perder e
ganhar,como fenômenos naturais do crescimento humano. Do não suportar o
sentimento da perda ou ao menos compreendê-la.
A aprendizagem do amor é longa ,
ao mesmo tempo que une a renúncia penosa e sacrificada. O ciúme que “É o medo
daquilo que é nosso possa ser de outros também(Luiz Vieira,compositor baiano)
existe em nível biológico nos chipanzés, orangotangos, gatos,cachorros e outros
bichos. Para o Homem domesticá-lo é difícil. Compete-nos ultrapassar a barbárie
e sofrer, sem matar ou morrer, de forma civilizada. É outro grande dilema entre
amor e posse. O sofrer fisiológico, natural conduz-nos a um período de solidão.
E convivendo bem com a solidão, dominamos o rancor da perda. Passamos o laser
nas cicatrizes que a vida deixa. Caminhamos mais livres. Sem previsibilidade, sem fidelidade obrigatória dos obsessivos e paranoides.
A infidelidade, também biopsicossocial,
como advertia o Professor da Pensilvânia Albert Ellis “precurssor da terapia Cognitiva, em “ Razões Sadias e Patológicas das Relações
Extra Conjugais”(in Journal of Human Relations) “Que relações deste tipo não
são necessariamente ligados a desajustes conjugais ou a transtornos
psiquiátricos” E arremata o grande Ellis :” Tenho observado que há razões boas
e más, sadias e patológicas para esse tipo de comportamento não convencional.
Eu acrescentaria: por grande parte das culturas. Tal qual a virgindade antes do Código Napoleônico,
servindo para provar que o primogênito seria o herdeiro principal do patrimônio.
Há sempre razões econômicas por trás destes dilemas morais como afirmava wilhelm Reich.
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