Coisa complicada
é o amor, dizem que é mais fácil senti-lo do que o definir, mas apelando para o
antigo Aurélio podemos dizer que o amor é um sentimento positivo onde se quer o
bem do outro ou da causa pela qual se defende, mesmo com sacrifício pessoal, nas
suas mais variadas modalidades amor desmesurado: amor paixão, de irmão, de
pais, entre amigos, pelo trabalho, amor livre e até sem compromisso, possui o
amor, as mais diferentes cargas de afeto e sexualidade, ao sabor das épocas,
das mudanças, das sociedades e culturas, e ainda sofre influências financeiras,
legais e políticas.
O amor a dois,
em seu modelo clássico, pequeno burguês, ocidentalizado ainda é em pleno séc. XXI,
carregado de pesadume, dependência, possessividade, carecendo de leveza e
alegria. No popular está quase sempre associado a dor de amor, e quando
acrescido de chantagem e ciúmes patológicos, perde o seu núcleo essência A
LIBERDADE.
O amante, antes
de amar deveria treinar um pouco de solidão só quem sabe viver bem consigo, na
solidão, adquire a capacidade de amar quem não administra bem sua solidão, ama
para preencher lacunas de si. Não só amar, mas manter seu amor, o mais difícil
dos exercícios.Em everdade, em verdade vos digo: O grande amante é um solitário.
Outro obstáculo
é o ciúme patológico, destituído de conteúdo natural (o biológico que até os
animais inferiores o sentem). Trata-se aqui do ciúme antropológico/sócio
cultural/histórico, fruto da dominação do macho sobre a propriedade privada, os
bens, mercadorias e mulheres. Estas, por um contra mecanismo ,apropriaram-se por
imitação do ciúme do homem, transformando o mecanismo amoroso em neurose da
pior qualidade, o da prisão. Posso sentir ciúmes sem ser prisioneiro do meu
amor. O amor obrigatoriedade é a prisão
do amor.
Outro obstáculo
é o autoritarismo, quem ama autoritariamente, inflige a regra e perde seu amor,
pode até ganhar os primeiros “rounds”, mas é nocauteado ao fim da luta. Exigir
mudanças bruscas no outro por conta de seu amor é vitória de Pirro, termina em
sadomasoquismo, pois o valor da compra se esgota com a inflação do afeto. É
claro que deixando o amor livre, solto como pássaros nos campos, corre-se o
risco de perdê-lo, mas perde bem mais rápido quem tenta aprisionar. Depois da
Teoria quântica do átomo de Bohr, do salto dos elétrons, sabe-se a natureza
vive em constante desequilíbrio e reequilíbrio. Melhor viver o momento com
intensidade responsável que a estabilidade morna, conservadora
Muitas vezes o
amor se esgota na incompatibilidade das personalidades e cultura: um homem que
só gosta de Mozart e uma mulher desses forrós atuais ou outras contradições bem
acentuadas, pouco sucesso haverá, embora haja exceções, como J.J.Rosseau e a
camareira Marie-Thérese tiveram 14 filhos, a maioria retardados mentais. Não há
regras definitivas, mas pior é o amor exercido a base da chantagem, da
dominação e da posse, sem termos amor à liberdade existencial.
Romper com os
riscos da educação autoritária numa sociedade autoritária, requer sacrifícios poucos
libertários e pouco o alcançam, mesmo correndo grandes riscos do exílio em vida. Nada
melhor que a sexta feira para se falar de amor. O sábado é privilégio de
Vinicius de Morais.
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