As pessoas observadoras comentam
que depois das grandes passeatas de
protesto contra a avacalhação, desorganização e anomia da nação e do Estado
Brasileiro, estas manifestações tornaram-se “menores” em número de pessoas. As
redes sociais se encarregaram de difundir e espraiar o grande movimento em
todas classes e categorias sociais. O senso comum, deu inúmeras explicações:
medo do povo aos vândalos, repressão policial, nuvem passageira, efêmera,
dentro da globalização, quando as ondas vêm e se vão, além de outras tentativas
de explicar o aparente arrefecimento das grandes passeatas. Eu tenho uma
hipótese. A qual os sociólogos pode contestar ou até enriquecer. Foi no
filósofo francês Michel Focault que busquei a
analogia, algo que me desse uma interpretação mais clara. Em especial em
seus livros, a MICROFÍSICA DO PODER e
VIGIAR E PUNIR- UMA GENALOGIA DO PODER. Vou tentar ser didático a fim de tornar
o artigo conciso, pois não gosto de discursos alongados.
Fica claro em MICROFÍSICA DO
PODER que este para se fortalecer, exercer maior eficácia, se fragmentou em
micro poderes: instituições como educação, saúde, educação, fiscais do governo,
poderes militares, pais, secretários, sexualidade, categorias liberais. Ou
seja, o poder transformado em micro poderes, não pode mais ter foco de
resistência voltado para um só governo central e político ou entregue o combate
a um partido político, já que esse poder
“provém de vários lugares”. Observem
que nas grandes passeatas, os partidos políticos foram rechaçados. Acredito que
aí resida a divergência entre marxistas (buscando as mudanças no operariado) e
os foucalistas, onde há necessidade de focos resistência em vários setores da
vida social. Além do mais os mecanismos de opressão passam mais invisíveis e
mais racionais, de tal forma que poucos percebem que estão sendo manipulados
nas sobrecargas de produção a qual são expostos. E os mecanismos de controle, sobrecarregam
o sistema psicossomático, neurotizando milhões e milhões de pessoas em todas
classes sociais.
Agora o âmago, o nó górdio da
questão: estouram movimentos nos transportes ( que implica em múltiplos
interesses e no direito de ir e vir), na saúde, na segurança pública, nas
comunidades de bairros, nos aeroportos, nas escolas, na violência generalizada,
nos produtores agrícolas, indústria e outras micro manifestações de todo tipo,
dando a impressão que os micro poderes estão sendo atacados por agrupamentos
específicos que se sentem prejudicados em seus interesses.
Michel Foucault vê a sociedade
atual como DISCIPLINAR, ONDE OS MECANISMOS DE CONTROLE INVADEM AS PESSOAS COMO
UM TODO. A violência burocrática é uma forma eficaz de controle para
normatizar, padronizar como carneirinhos aos seres. Não estranhem portanto. A invasão
da câmara federal, as câmaras municipais, os bancos, as repartições públicas,
as televisões, já que são micro poderes agredidos e de nada adianta atacar
,bater de frente com o poder central (no caso, O Estado Brasileiro). Como o congresso, o poder econômico, não estão
dando ouvidos a sociedade civil, em especial a corrupção e impunidade, acredito
que até as próximas eleições, as micro manifestações se multipliquem,
culminando em grande número de votos brancos e nulos.
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