sexta-feira, 30 de agosto de 2013

ANTES: GRANDES MANIFESTAÇÕES. HOJE, MICROMANIFESTAÇÕES.


As pessoas observadoras comentam que     depois das grandes passeatas de protesto contra a avacalhação, desorganização e anomia da nação e do Estado Brasileiro, estas manifestações tornaram-se “menores” em número de pessoas. As redes sociais se encarregaram de difundir e espraiar o grande movimento em todas classes e categorias sociais. O senso comum, deu inúmeras explicações: medo do povo aos vândalos, repressão policial, nuvem passageira, efêmera, dentro da globalização, quando as ondas vêm e se vão, além de outras tentativas de explicar o aparente arrefecimento das grandes passeatas. Eu tenho uma hipótese. A qual os sociólogos pode contestar ou até enriquecer. Foi no filósofo francês Michel Focault que busquei  a  analogia, algo que me desse uma interpretação mais clara. Em especial em seus livros, a MICROFÍSICA DO PODER  e VIGIAR E PUNIR- UMA GENALOGIA DO PODER. Vou tentar ser didático a fim de tornar o artigo conciso, pois não gosto de discursos alongados.


Fica claro em MICROFÍSICA DO PODER que este para se fortalecer, exercer maior eficácia, se fragmentou em micro poderes: instituições como educação, saúde, educação, fiscais do governo, poderes militares, pais, secretários, sexualidade, categorias liberais. Ou seja, o poder transformado em micro poderes, não pode mais ter foco de resistência voltado para um só governo central e político ou entregue o combate a um partido político, já que esse poder  “provém  de vários lugares”. Observem que nas grandes passeatas, os partidos políticos foram rechaçados. Acredito que aí resida a divergência entre marxistas (buscando as mudanças no operariado) e os foucalistas, onde há necessidade de focos resistência em vários setores da vida social. Além do mais os mecanismos de opressão passam mais invisíveis e mais racionais, de tal forma que poucos percebem que estão sendo manipulados nas sobrecargas de produção a qual são expostos. E os mecanismos de controle, sobrecarregam o sistema psicossomático, neurotizando milhões e milhões de pessoas em todas classes sociais.


Agora o âmago, o nó górdio da questão: estouram movimentos nos transportes ( que implica em múltiplos interesses e no direito de ir e vir), na saúde, na segurança pública, nas comunidades de bairros, nos aeroportos, nas escolas, na violência generalizada, nos produtores agrícolas, indústria e outras micro manifestações de todo tipo, dando a impressão que os micro poderes estão sendo atacados por agrupamentos específicos que se sentem prejudicados em seus interesses.
Michel Foucault vê a sociedade atual como DISCIPLINAR, ONDE OS MECANISMOS DE CONTROLE INVADEM AS PESSOAS COMO UM TODO. A violência burocrática é uma forma eficaz de controle para normatizar, padronizar como carneirinhos aos seres. Não estranhem portanto. A invasão da câmara federal, as câmaras municipais, os bancos, as repartições públicas, as televisões, já que são micro poderes agredidos e de nada adianta atacar ,bater de frente com o poder central (no caso, O Estado Brasileiro).  Como o congresso, o poder econômico, não estão dando ouvidos a sociedade civil, em especial a corrupção e impunidade, acredito que até as próximas eleições, as micro manifestações se multipliquem, culminando em grande número de votos brancos e nulos.

 

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