Pobre de nós homens, que temos de
ter ereção, no ato sexual, contrariando a lei da gravidade. Pobre de
nós,masculinos, com a exigência cada vez maior das mulheres a avançar como
tigresas ,na horizontal dos leitos nos forçando
a ultrapassar os pobres limites orgânicos, testoterônicos, sentimentais
e psicológicos. A culpa é da cultura que sempre associou o “Ser Macho” à
virilidade. Exigido pela cultura tem de estar com o biológico em ordem, o psicológico saudável e a ereção firme como
uma perfuratriz a penetrar em recônditos de desejáveis cavernas femininas.
Já se usou fórmulas mágicas, pouco
recomendáveis cientificamente como afrodisíacos (de Afrodite, deusa grega do
amor e da beleza),tais como a “Nux Vômica”, as delicadas orquídeas(do grego, orquis,
testículos), a ioimbina na década de 1950 e a eterna procura do elixir da
juventude,desejo humano de ser imortal e perpetuar o vigor do sexo.Na
Bíblia,Raquel tentou revitalizar Jacó dando-lhe raízes de mandrágora.Foi baseado
nesta história que Maquiavel escreveu a
célebre comédia –A Mandrágora” em 1524 em que a jovem esposa casada com o
ancião é seduzida sarcasticamente por um jovem enganador de mulheres frágeis.
E há muito mais. A similitude que
as partes do corpo humano tinham também similitude com as plantas, foi
desenvolvida pelo célebre alquimista Paracelso, no sec. XVI gerou a crença de que o Ginseng, muito ainda em moda, como
produto oriental, é tônico sexual, por ter suas raízes bifurcadas tais quais as
pernas de um Homem. Quem leu as histórias de Casanova, o amante insaciável, deve se recordar da
“Cantárida”,tida como mosca espanhola, na verdade um besouro. Segundo pesquisas,
o pó da Cantárida produz irritação na bexiga, uretra, congestão e priapismo (ereção
permanente do pênis), portanto muito mais danos que benefícios.
Nessa ânsia desesperada pelo bom
desempenho sexual masculino até thimothy Leary e Richard Alpert, na década de
1960 distribuiram LSD a 400 alunos de Harvard. Uma década antes, Aldous Leonard
Huxley havia escrito, “As portas da Percepção” em 1954 e “O céu e o Inferno” em
1956, sobre mescalina, um alucinógeno usado pelos Apaches mescalero, Comanches
e Kiowas. Depois se concluiu: os alucinógenos inibem muito mais a
sexualidade que a estimulam.
Hoje entramos na era dos
vasodilatadores penianos, como Viagra, Cialis, Helleva e vai por aí. Para quem
não toma nitrtos cardíacos, ladeira abaixo todo santo ajuda. O problema é que
os jovens-e deixo a explicação para os sociólogos – pedem cada vez mais esses
medicamentos em nossos consultórios.Talvez para se tornarem supermáquinas
exigidas pelas jovens. Talvez pela dissociação da relação eu-tu na pós-modernidade.
Talvez por não conciliarem amor e sexo.Talvez por serem muito rígidos consigo.Ou se acharem feios ou se encontrarem
em uma depressão sub-clínica.
Só sabemos de uma coisa: a
maioria dos homens é insegura com o sexo. Pois bebem um pouco de álcool antes
do motel para liberar a ansiedade. Têm receio, muitos deles, de elevar o pênis,
desafiando a natureza da lei da gravidade. Ainda no plano psicológico, há os
que nem reza dá jeito. Nem guaraná em pó, nem amendoim, raspa de chifre de bode
ou catuaba. Só uma mulher carinhosa, jeitosa e com muito amor. E como está difícil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário