domingo, 25 de março de 2012

A Simbologia Dos Contos De Fadas Para As Crianças


As mães perdem muito ao não contar “estórias de encantamento (Cascudo) aos seus filhos”. Eles são diretos, simples, pouco trágicos, simbolísticos dos conflitos da alma humana, onde aparecem no confronto entre o bem e o mau. São a maneira mais prática  da criança resolver problemas de ciúmes, inferioridade, rivalidades, narcisismos, tudo num mundo do faz de conta, sem que nada de claro seja dito. Daí a relação encontrada por Cascudo (“Contos Tradicionais do Brasil”)entre “A Princesa e o Gigante”, “O Boi Leição”, etc. e o conto egípcio “Os Dois irmãos” de há 30 séculos. Muitos desses contos atravessam anos, sofrem modificações como os de Charles Perrault (Chapeuzino Vermelho, Pedrinho e o Pé de Feijão, além do Gato de Botas) ou dos  Irmãos Grimm(Branca de Neve, ,a Bela e a Fera e a Cinderela).Mudam um pouco o contudo, mas não a forma.

Cada país tem seu Conto predileto. Na Inglaterra, os três Porquinhos. Na França, o Barba Azul. No Oriente, a Garrafa e o Gênio, Aladim e a Lâmpada Maravilhosa e Ali Babá e os Quarenta ladrões. Todos eles levam a solução para distante. Vejam o Chapeuzinho Vermelho, se afastando de casa, correndo os riscos da angústia da separação, a qual carregamos pela vida afora. Quem de nós não se sentiu a própria borralheira  em algum instante ?Quem não teve as mesmas decepções, imagens desvalorizadas de si mesmo? Ou não se fantasiou com o triunfo do Príncipe? Estes contos- sonhos da criança são manifestações diretas do desejo. São diferentes dos mitos dos adultos os quais são ilógicos, aparentemente, precisando serem reconstruídos. As situações impossíveis para os adultos são o incesto, o patricídio e o matricídio. A criança quer apenas vencer as dificuldades naturais do desenvolvimento.



Quem leu com carinho a Branca de Neve e os Sete anões e o trouxer para a simbólica humana, compreenderá porque é um Conto tão famoso. Sair de casa (sem ter resolvido conflitos), perder-se na floresta(ter dificuldades no desenvolvimento),encontrar sete anões(que por terem estatura menor que o pai nunca o substituiriam),passar por enormes agruras( sofrimento no crescer psicológico) até encontrar um príncipe(pai substituto) com quem se casou, nada mais é do que resolver-se tardiamente. Pouco importa se a recompensa será um belo cisne (Patinho Feio) ou um sapato dourado a ouro (Cinderela).

Afina, Como carregamos dentro de nós a criança que fomos (ou somos?) a nossa peleja sempre será em praticar façanhas miraculosas, cavalgar pelo céu da imaginação, lutar e vencer os grandes gigantes, adversários da alma, enfim, brincar perigosamente de viver.


                                                                

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