Diversos simbolismos,
como o da origem do mundo, peixes montanhas, águas, dentre outros, são
similares em várias culturas, desde as primitivas, repetindo-se como se
houvesse uma memória coletiva na história da humanidade. Por exemplo, a origem
do mundo tem explicações próprias no judaísmo, egípcios, assírio babilônico
entre os negros da Costa da África (mitologia nagô) e nossos índios tupis
guaranis. O mesmo ocorre com o dilúvio e os primeiros habitantes da terra
As águas como o sol
(ou o fogo na mitologia persa ou mitraica), a terra ou o ar fazem parte da
origem e fecundidade. Na mitologia grega um grande perene rio abraça a terra
oferecendo fecundidade. É o líquido amniótico do ventre materno, útero para o
qual queremos voltar nos momentos de desespero. A água da vida, dos sacramentos
dos banhos religiosos, a que limpa as impurezas, sagrada em lendas e crenças ou
causar a destruição como nos dilúvios. Na vingança dos céus, purificando a humanidade,
fazendo tudo voltar ao que era antes.
A água
estabelece a ligação dos deuses com a terra. Entre os gregos, Oceano, um dos titãs
é filho de Urano (céu) com a Gaia (terra), Oceano casou-se com Tétis, tiveram
muitos filhos-rios e ninfas-numa demonstração de fecundidade das águas. Na
mitologia Nagô de nossos negros, Oxalá se une a Odudua (terra). E das águas
saem os peixes, símbolo da cabra-peixe de Capricórnio no zodíaco. Símbolo da castidade,
pois o peixe fêmea desova sem copular, além de ser a representação do filho
antes de nascer, habitante da água do útero materno. O Sol quando mergulha como
peixe nas águas do oceano, renasce como criança ao alvorecer. Embora signifique
castidade, o peixe na tradução popular pode dar sentido ao pênis ou a vagina,
ou mesmo duplo hermafrodita em diversas obras de arte.
O herói Jonas
entra numa baleia e torna-se profeta, simbolizando o ato vaginal de engolir e
depois renascer. As sereias que na Grécia tinham rosto de mulher e corpo de ave,
transpõem o atlântico como corpo de peixe, simbolizando o duplo, a mulher-homem,
fálica e o inconsciente hermafrodita. O peixe híbrido na gravidez humana é o
Yin e o Yang do adulto. A nossa Iara tupi guarani “encanta-se “num rapaz para
conquistar as moças e numa moça para seduzir rapazes. Ainda no campo das águas,
o diluvio existe nas lendas dos cinco continentes, de origem assírio babilônica,
já que as enchentes dos rios Tigre e Eufrates ameaçavam as colheitas. Mas a
deusa EA compadeceu-se de um pobre homem e ofereceu-lhe um barco para conservar
as sementes da vida e das espécies. O dilúvio assírio babilônico durou seis
dias e noites. Já Noé construiu uma barca por cem anos para resistir 40 dias e noites
ancorada no Monte Ararat. E após soltar o corvo recebeu de Deus o arco íris
como gratidão.
Como se vê as
águas enfrentando pedras, rochedos e montes simboliza a luta da paciência
contra a resistência. E é nos montes e montanhas, perto dos céus para onde vão
nossos heróis e salvadores. Os gregos para uma montanha na Tessália ,o
olimpo-com néctares e aromas. Os japoneses no Fujiama, o Sinai para os judeus, o
Himalaia para os tibetanos. O Walhala dos alemães. E Jesus pregou o “Sermão da
Montanha” e depois subiu aos céus para a Casa do Pai.
E muito mais
teria lhes dizer das profecias de Antônio Conselheiro (sertão e mar), a água
que lava, de instante a instante a mão do neurótico obsessivo e a “neurose
obsessiva da humanidade’”. Vamos para aproxima sexta que é o meu dia simbólico.


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