A Terapia Cognitiva, nos ensinou
que em nossa sociedade cultural ,dita civilizada,do Ocidente,o medo da morte
esconde-se em muitos transtornos de ansiedade. Medo de ficar só, em meio a multidão,
preocupação excessiva com doenças estão ligados de forma enoberta ao morrer e
não ser socorrido,Nesta cultura ocidental a morte é vista como uma perda significativa
e a Tanatologia (de Thanatos,deus da morte e logia,ciência,no grego),é o ramo
da medicina e outras ciências que se ocupa da morte,das reações pessoais e sociais
diante dela, além dos aspectos médico legais.
Culturas greco-romanas,hindus,chinesas,dentre
outras,enterravam seus mortos junto a alma,cobriam-lhe de vinhos e alimentos e
objetos que necessitassem.Mas não se preocupavam com outra vida ,exceto os
semideuses e heróis,não se constituindo o foco desta questão.Com o avanço da
medicina, as preocupações com a vida foram aumentando e o desejo de continuar
vivendo após a morte transformou-se naquilo que Kretsmmer-psquiatra
alemão-denominou “O querer derreístico de continuar vivendo além da morte”.Em
verdade,a morte seria,teoricamente,um grande contraponto para sabermos que tudo
é efêmero,passageiro e deveríamos em vida sermos mais tolerantes e mais
solidários.Mas existe a dialética e o bem contrapõe-se ao mal ,como o amor ao
ódio.
Elaboração do luto é a expressão
utilizada para definir os seus conflitos com alguém que morre.A depressão
reativa normal para com quem morre é de tristeza,raiva,abatimento,falta de
apetite,insônia e incompreensão em relação aos fatos causadores do
falecimento.Dura em média 6\9 meses,podendo as vezes se prolongar.Um
inglês,John Bowlby,em minuncioso estudo,traçou fases do enlutamento.Após o
desespero,há um período de negação,onde se procura a todo custo,a volta do
falecido.A seguir o enlutado começa a entender melhor a realidade e voltam
sintomas depressivos mais fortes ou desencadeiam-se depressões mais graves.Finalmente,relembra o morto
com alegria ou tristeza,internalizando-o(colocando-o
dentro de si).
Há outras formas diferentes de
reagir a morte do ente querido.Uns adiam o sofrimento,sem derramar
lágrimas,tendo como conseqüência,tempos após, transtornos psicossomáticos.Há os
que mostram incontidos risos,num mecanismo de negação da realidade.Há os que
transferem as perdas para grandes datas ,como aniversário,casamento,sem falar
nas depressões natalinas(O natal sempre é uma festa familiar)
Um outro dado observado é a fusão
do primeiro momento pós morte(raiva,inconformismo) e a negação da realidade,como
se a perda não houvesse acontecido.Aí acontece um paradoxo,uns doam todos os
pertences do falecido e outros os guardam nos mínimos detalhes(roupas,camisas)
e alguns chegam até dialogar alucinatoriamente com a pessoa desaparecida.A
realidade externa é incorporada e
obedece a realidade interna do sobrevivente.Por fim,deixarei o morrer em
vida e o suicidar-se para a sexta feira de 2012.Boa sorte e pouca morte.

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